“As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? Vós tendes dito: Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por bem-aventurados os soberbos; também os que cometem impiedade são edificados; sim, eles tentam a Deus, e escapam. Então aqueles que temeram ao SENHOR falaram freqüentemente um ao outro; e o SENHOR atentou e ouviu; e um memorial foi escrito diante dele, para os que temera. o SENHOR, e para os que se lembraram do seu nome. E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos; naquele dia serão para mim jóias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve.” (Malaquias 3:13-18)
“Porque eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo. Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e cura trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria. E pisareis os ímpios, porque se farão cinza debaixo das plantas de vossos pés, naquele dia que estou preparando,diz o SENHOR dos Exércitos.”
( Malaquias 4:1-3)
O livro do profeta Malaquias nos apresenta várias confrontações de Deus em relação ao comportamento do povo eleito, naquela época.
Como se Deus houvesse chegado ao limite de sua benevolência e lava a alma entristecida, apontando diretamente os pecados que eram cometidos e pareciam tidos como normais, diante de uma consciência desvirtuada de padrões divinos. Tira a máscara daqueles que exercitavam uma religiosidade aparente, exteriorizada de bons sentimentos, mas que no seu interior estavam longe de agradarem a Deus. Mostra sentimentos de tristeza e indignação, pois mesmo ante suas fortes confrontações o povo se mostra indiferente, sem assumir suas culpas “…; em que nos tens amado? Em que desprezamos teu nome? Em que te havemos profanado?”
As várias confrontações de Deus:
- Duvidavam de seu amor e de como esse amor era manifesto. “Eu vos tenho amado, diz o SENHOR. Mas vós dizeis: Em que nos tem amado?” Malaquias 1:2.
- Cobra a honra que lhe era devida como Pai e o respeito como Senhor. “O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se eu sou pai, onde está a minha honra? E, se eu sou senhor, onde está o meu temor?” Malaquias 1:6
- Fala do desprezo e profanação a seu nome. “Ofereceis sobre o meu altar pão imundo, e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do SENHOR é desprezível.” Malaquias 1:7
- Condena a infidelidade conjugal, o adultério e o casamento com povos pagãos. “E dizeis: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e a mulher da tua aliança.” Malaquias 2:14
- Fala do enfado que as orações aparentes traziam a Ele. “Enfadais ao SENHOR com vossas palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto que dizeis: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do SENHOR, e desses é que ele se agrada, ou, onde está o Deus do juízo?” Malaquias 2:17
- Acusa o povo de roubá-lo nos dízimos e nas ofertas. “Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, sim, toda esta nação.” Malaquias 3:8-9
- Acusa o povo de proferir palavras duras contra ele. “As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado contra ti? Vós tendes dito: Ce em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos?” Malaquias 3:13-14
Observamos que muitos desses pontos alegados por Deus aquele povo do tempo de Malaquias, se tornariam bem atuais, caso Deus fizesse o mesmo conosco, e nós seríamos muito mais repreensíveis, pois conhecemos a graça manifestada em Jesus Cristo.
Quero deter-me um pouco mais sobre o último ponto. Palavras duras / agressivas:
“ Vós tendes dito: Inútil é servir a Deus; que nos aproveita termos cuidado em guardar os seus preceitos, …”
Por certo, muitos de nós cristãos já emprestamos estas palavras e já as propalamos uma ou por várias vezes. Quando nosso imediatismo é frustrado, quando o determinismo humano é abatido, quando nossos anseios pessoais são inatingidos, quando nosso querer tem de ser humilhado, quando somos tirados dos holofotes para sermos obscurecidos, quando achamos que a supremacia a nós devida é entregue a outrem, quando o dia mau se abate sobre nós, chegamos a concluir que servir a Deus, ser um crente, não nos tem trazido benefícios.
Infelizmente, muitos de nós estamos centrados nos benefícios terrenos, como o povo da época de Malaquias, que olhava a prosperidade do povo pagão idólatra, e concluía que o mal recebia bênçãos, e acusavam Deus de injusto. Por isso, contemplando os que cometem iniquidades sendo engrandecidos, o escape daqueles que são causa de escândalos, as aflições que por vezes sobreveem sobre a vida dos justos, achamos que já não vale a pena ser santo, justo e bom. Entramos então, para nossa vergonha em uma vida de murmuração, amarga e sem esperança.
A murmuração é um dos comportamentos que mais atraem a ira de Deus, pois traz no seu bojo à incredulidade, Deus é confrontado em seu poder. Lembremos do castigo infligido ao povo de Israel, quando os dez espias fizeram toda a congregação murmurar contra Deus e como castigo, passaram quarenta anos vagando no deserto, até que não restasse mais nenhum murmurador ( Números 14: 20-38).
O Amor Incondicional de Deus
Antes de qualquer confrontação, qualquer alegação contra o comportamento do povo, Deus lembra seu amor: “Eu vos tenho amado, diz o SENHOR. Mas vós dizeis: Em que nos tem amado?” Malaquias 1:2. O amor eletivo, soberano e incondicional, base de toda aliança de Deus para com o homem, um amor eterno: “Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.” Jeremias 31:3. De muitas maneiras esse amor foi manifesto e alcançou seu ápice na cruz do Calvário, a vida de Cristo ( o Filho de Deus) oferecida por toda a humanidade: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” João 3:16-18
Quando caminhamos a vida cristã, ou nos asseguramos no amor incondicional de Deus, na fé alentadora da vitória, ou perdemos a perspectiva do Reino e tombamos sob o peso das muitas preocupações terrenas e dos apelos que o mundo nos faz.
Há um interesse primordial do homem nestes dias: Seu bem estar nesta terra! Seu olhar horizontal ao redor de seu próprio ventre, levando-o à infidelidade, à desobediência e à negligência para com as coisas divinas, gerando eternos insatisfeitos que culpam a Deus por seus fracassos.
Corações duros produzem palavras duras: Inútil é servir a Deus…
Uma palavra dita não pode ser tomada de volta. Visto que na palavra há poder, precisamos vigiar para não conferir poder aquilo que possa nos destruir.
A Diferença entre o Justo e o Perverso na Vinda do Senhor
“Então aqueles que temeram ao SENHOR falaram freqüentemente um ao outro; e o SENHOR atentou e ouviu; e um memorial foi escrito diante dele, para os que temeram o SENHOR, e para os que se lembraram do seu nome. E eles serão meus, diz o SENHOR dos Exércitos; naquele dia serão para mim jóias; poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve.Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve.” Malaquias 3:16-18
Apesar dos queixumes daqueles que sem temor, dizem ser inútil servir a Deus, há um povo que não aparta de seu coração o temor do Senhor, e Ele atenta para esses, há um relatório acerca da vida desses servos fiéis e consagrados. No grande dia da vinda do Senhor, a diferença entre o justo e o ímpio será notória. Será um dia de angústia, de perseguição, de vergonha para os que se apartam do Senhor, mas os seus servos marcharão vitoriosos ao seu encontro.
A Palavra diz em Salmos 37:4 “Agrada-te do Senhor e Ele satisfará os desejos do teu coração.” “e ainda …o justo viverá por fé,” Romanos 1:17.
Que possamos alimentar nossa fé com o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo e aprendamos a sentir o Senhor mesmo quando as circunstâncias digam ao contrário. Vigiemos nossa conduta, arrependendo-nos e aproveitando o tempo da graça desfrutado ainda nesta terra e aguardemos ao Senhor na certeza de uma vida abundante em sua presença.
O ministério do profeta é acender a chama da fé em um povo de coração insensível, lembrando-o do amor eletivo, verdadeiro e eterno de Deus por ele.
Saiba, meu querido, que uma vida inútil é aquela que é gasta na servidão de Satanás, vida inútil é aquela que serve a si mesmo e se dedica aos benefícios materiais desta terra, vida vazia e sem esperança é aquela desprovida do consolo e do amor de Deus. Sua vida tem sido inútil?
Que nossa vida seja assim, consagrada a Ti, Senhor.
Missionária Helena Paladino
Linda mensagem! Acrescentou um ânimo novo a minha alma.